quarta-feira, 28 de março de 2012

Algumas das coisas que eu gosto aqui

Ok! Já temos uma provisória sobre "o que é que a Guiana Francesa tem" - mas chegando na Guiana, às vezes nos deparamos com um problema. E o referido é justamente a falta do que fazer. Calma! Pra quem vem de cidade grande e está acostumado a dez opções diferentes de cinema, aqui, a Guiana n'est pas le même delire. Como eu vos disse temos aqui na capital em torno de 60 mil habitantes (segundo a estatística de 2009 - não me batam se eu estiver errado), somando toda a massa Caiena, Remire, Matoury devemos ter aí umas 110 mil cabeças. Se eu comparo com a população do bairro de Copacabana, no Rio, o bairro ganha da grande Caiena: 146 mil pessoas em 2010 segundo o censo.

Isso quer dizer que na região da capital, temos uma quantidade de pessoas muito pequena, e também uma densidade demográfica muito pouco expressiva se comparamos aos nossos critérios de capitais tupiquins. É uma região que está em pleno e característico processo de desenvolvimento urbano e de capital - tanto intelectual como físico. A cada dia que se passa, vemos mais e mais residências se construírem na região. Um lugar que era mata há seis meses, hoje tem um condomínio sendo terminado (sendo terminado, reparem bem - eles levam a sério esse negócio de pronta entrega imobiliária aqui) então sentimos que aos poucos o lugar caminha rumo ao seu desenvolvimento.

Porém, não vejo na região um desejo de competir com os monstro da América Latina, como Rio de Janeiro, Buenos Aires e a cidade do México, que são cidades com uma densidade demográfica, uma variedade de opções culturais e um excesso, talvez, de determinadas coisas. A direção que Caiena toma é mais a de uma capital européia ao invés de capitais com o pensamento do Brasil, por exemplo - que às vezes se restringe ao "crescei e multiplicai-vos" a todo custo. Aqui as coisas são feitas mais no horizontal (a cidade se espalha e outras cidades vizinhas crescem formando o complexo de região metropolitana) ao invés da hiper concentração que temos no nosso país. Existe um controle sobre o tipo de construção, questões ligadas à ecologia, conforto (uns conceitos que às vezes não batem com privacidade - mas cada um com sua preferência... depois discuto isso).

Enfim, não estamos numa capital de multiplex de cinema (se bem que eles estão construindo um) não temos shopping e mais shoppings regados a ar-condicionado, nem shows da Ivete Sangalo no reveillon com 1,500 mil pessoas na beira da praia. Mas temos, por exemplo:



Repare que a praia se encontra em estado quase natural - percebemos pouca ação humana no lugar. Pra quem adora praias desertas (meu caso) essa aí é uma delícia. Além disso, outra paixão minha que desabrocha às toneladas em solo francês equatorial continental:
Flores! Entramos na mata e as encontramos lá, tranquilas, em várias cores e tamanhos! É maravilhoso! Esta é, sem dúvida uma das mais representativas faces da Guiana Francesa - e sem dúvida a que mais me prendeu a atenção: a natureza. É exageradamente exuberante. Então, vindo para cá, se prepare para fazer trilhas ecológicas, ver animais exóticos de perto (às vezes de bem perto. Esta semana uma cobra resolveu morder o pneu da minha bicicleta chegando ao trabalho. Você REALMENTE tem que prestar atenção porque aqui tem muito bicho mesmo!!!) respirar ar puro e viver uma experiência intensa com a natureza em um lugar cheio de histórias pra contar.

2 comentários:

  1. A descrição foi perfetia!Imagina a 24 anos atras! Hoje acho a Guyane super (quando digo super é super mesmo!) evoluida! Sou do tempo em que o El Dourado (cinema) era no ventilador, acredite, V E N T I L A D O R! Assiti Gremlins me passando repelente :p Atras do Cabassou tinham onçinhas...antes so tinhamos a opção China da esquina! Super U, Géant? hahaha isso é muito novo, começou em 2005! E so tocava zouk! As roupas eram tradicionais e o créole era praticamente oficial hihihi

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    1. Mas acho que não mudou muita coisa !!! lol mouhhhhh

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